quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PARA PENSAR...

Você sabia que, de acordo com declarações de nossos deputados e deputadas, no congresso nacional ha:
- 97 advogados ou bacharéis em direito
- 56 empresários
- 45 médicos
- 38 professores
- 34 engenheiros
- 23 economistas
- 06 veterinários
- 06 dentistas
e somente 2 enfermeiras e 1 auxiliar de enfermagem
NÃO E POSIVEL QUE UMA CLASSE QUE SOMA MAIS DE 1,5 MILHÕES DE PROFISSIONAIS, E REPRESENTA 54% DA FORÇA DE TRABALHO NA AREA DE SAUDE, TENHA UMA REPRESENTAÇÃO TÃO PEQUENA.
PRECISAMOS MUDAR ESTA REALIDADE.
PRECISAMOS ELEGER MAIS REPRESENTATES.
POIS SO ASSIM TEREMOS CONDIÇÕES DE APROVAMOS LEIS DE INTERESSE DE NOSSA CATEGORIA.

Cofen esclarece crise na enfermagem

Em resposta a matéria do Fantástico, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) publicou uma nota de esclarececimento de alguns pontos. Como: abertura indevida de cursos de qualificação por parte do MEC, fixação da jornada de trabalho dos enfermeiros e fiscalização dos conselhos regionais.

Nota aos Profissionais da Enfermagem Brasileira
Em relação à reportagem exibida pelo Fantástico, veiculada pela Rede Globo no último domingo (18), o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) considera essencial esclarecer alguns pontos sobre a reportagem:
- Cabe esclarecer, inicialmente, que a reportagem exibida pelo Fantástico é de autoria da emissora e não do Conselho Federal de Enfermagem. A entrevista que concedemos foi editada e a maioria das nossas declarações foram cortadas, inclusive aquelas relacionadas ao excesso da jornada de trabalho, baixos salários e más condições de trabalho.
- A partir da nossa denúncia sobre a má qualidade do ensino, a matéria constatou a realidade em relação à abertura de novos cursos autorizados pelo MEC e pelas Secretarias de Estado, que não atendem aos critérios exigidos, principalmente no setor privado, criados apenas pela ganância do lucro fácil de muitas instituições de ensino.
- O Cofen e os Conselhos Regionais de Enfermagem, apesar de não serem responsáveis pela fiscalização de instituições de ensino, tem dado um combate sem trégua à baixa qualidade na educação, conseguindo avanços como a fixação da carga horária dos cursos de graduação em 4000 (quatro mil) horas.
- O COFEN também firmou um convênio com o MEC para que o Conselho emita pareceres opinativos, que em grande parte são contrários à autorização de novos cursos ou suas renovações.
- O Projeto de Lei 2295/00, que trata da fixação da jornada de trabalho dos Profissionais de Enfermagem em 30 horas semanais, já foi aprovado pelo Senado Federal e em todas as comissões da Câmara dos Deputados, após o COFEN e os Conselhos Regionais de Enfermagem terem assumido esta bandeira a partir do ano de 2009, com as demais organizações de Enfermagem.
- Atualmente, o Projeto está pronto para ser votado no Plenário da Câmara dos Deputados. Porém, este Projeto sofre forte oposição dos proprietários de hospitais privados e filantrópicas e do próprio Governo Federal, ressaltando que dos 513 deputados, apenas duas Deputadas são Enfermeiras. Coloca-se também que, por iniciativa nossa, junto ao Deputado Federal Mauro Nazif, foi apresentado em 2009 um projeto de lei que trata do piso salarial para a Enfermagem.
- Ressalta-se, ainda, que o COFEN tem investido para melhorar a fiscalização dos Conselhos de Enfermagem e criou as condições para que os Profissionais de Enfermagem pudessem eleger, democraticamente, os dirigentes dos Conselhos Regionais.
- O COFEN, através da gestão “a força da mudança”, tem o compromisso com a Enfermagem exercida com autonomia, com a valorização profissional, fortalecimento da ciência, da qualidade na assistência e da formação profissional e exercida com base em valores éticos.
- Por fim, consideramos que o erro profissional é a exceção e não a regra. No entanto, não podemos considerar como normal que vidas humanas sejam ceifadas por erros banais no exercício profissional, que poderiam ser perfeitamente evitados. Nestes casos, mesmo considerando o contexto em que este erro é cometido, não podemos nos furtar de punir o profissional faltoso, na forma da Lei.
Dr. Manoel Carlos Neri da Silva
Presidente do Conselho Federal de Enfermagem

Fonte: Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)
Publicado por: Revista Saúde S/A em 27-09-2011 13:49

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MULTIPLAS VITIMAS

EM: http://inter.coren-sp.gov.br/node/6328


ATENDIMENTO A MÚLTIPLAS VÍTIMAS DESAFIA RACIOCÍNIO CLÍNICO DO PROFISSIONAL
Fonte:
COREN-SP
O socorro a múltiplas vítimas desafia não apenas o senso de proporção do profissional de saúde, mas também seu raciocínio clínico. Desenvolvido nos Estados Unidos na década de 80, e usado desde então mundialmente em socorro a vítimas de tsunamis, terremotos e guerras, o sistema de triagem START (Simple Triage and Rapid Treatment) é especialmente efetivo no atendimento a catástrofes, por se concentrar no número de pessoas.
De acordo com Marcelo Carvalho da Conceição, enfermeiro especializando em gestão de desastres e docente com atuação ligada a urgência e emergência, “você não pensa no paciente mais grave, você pensa na comunidade. Em um atendimento normal, alocamos todos os recursos no paciente mais grave. Esta dinâmica muda no atendimento a desastres. Você precisa aplicar seus recursos para salvar o maior número possível de vidas”.

START
O objetivo do START é concentrar os recursos de forma seletiva em vítimas que precisem de socorro com maior chance de sobrevida. No local são realizados somente os procedimentos de emergência indispensáveis para a manutenção da vida, de forma rápida, de modo estabilizar o quadro clínico da vítima e então encaminhá-la a um hospital, onde serão realizados os procedimentos definitivos, completando o socorro.
A classificação é feita em quatro cores (veja o quadro) e os parâmetros de classificação são simples, exatamente para rápida avaliação.
A primeira equipe que chega ao local da tragédia realiza uma rápida avaliação da situação e a comunica à central de regulação do SAMU. Às vezes esta avaliação, que é puramente visual, se mostra equivocada.
Treinamento
Uma catástrofe, ou acidente de massa, é dimensionada não pelo número absoluto de vítimas, mas pela relação entre número de vítimas e a capacidade de atendimento do município ou região. De acordo com Marcelo, “se acontece um acidente com dez pessoas em São Paulo, que tem 115 viaturas do Samu, não é acidente de massa, porque há uma grande capacidade de atendimento; se esse mesmo acidente acontecesse em uma cidade do interior com apenas uma ambulância, seria um desastre de massa, e seria preciso fazer triagem”.
Muitos profissionais de pronto socorro e mesmo de atendimento hospitalar não têm experiência neste procedimento, tanto no local do desastre como na recepção de vítimas no hospital.

Marcelo aconselha que o profissional que trabalha com urgência e emergência procure um curso de especialização. “O Ministério da Saúde diz que você deve receber treinamento antes de ir para a rua, mas a realidade do Brasil é outra. Em alguns casos, os profissionais mais qualificados são aqueles que tiveram mais treinamento e que o procuraram por conta própria”.
Ele aponta os cursos: PHTLS (Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado)para técnicos e auxiliares; o ATCN (Suporte Avançado no Trauma para enfemeiros) para enfermeiros; e o ATLS (Suporte Avançado de Vida no Trauma) dirigido a médicos.
Grandes eventos
A capacidade de atender múltiplas vítimas será essencial para o Brasil nos próximos anos. Grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 exigirão equipes de saúde prontas para atender emergências de grande porte. Marcelo lembra que uma briga de torcidas pode rapidamente virar um acidente de massa, assim como a queda de uma arquibancada. “Uma briga de torcida pode ter facilmente 150, 200 vítimas”, afirma ele. “Você planeja tudo para que dê certo, mas tem que estar pronto para o caso de não dar certo. Será que o nosso metrô está pronto, será que todas as cidades sede têm treinamento para um bom atendimento deste porte?”.
A ação do governo ainda é tímida neste sentido. “O nosso Conselho e a AMB vão promover treinamento durante o fórum internacional deste ano. Que eu saiba nenhuma outra organização se movimenta neste sentido. Mas suspeito que teremos logo ação do governo, porque vamos receber grandes públicos concentrados em pequenos espaços”, diz ele, “hoje é um material disponível no Brasil, diferente de alguns anos atrás”.
Os parâmetros de avaliação do sistema START:

Legenda: Cor preta: vítima inviável. A vítima apresenta parada cardiorrespiratória; Vermelha: vítima viável emergencial para atendimento imediato; Amarela: vítima viável urgente para atendimento em até 1h; Verde: vítima viável estável para atendimento em 3h ou mais. A vítima dispensa atendimento antes de ser encaminhada ao hospital.
1.Respiração
A. Vias Aéreas
Se a vítima não respirar, posicione suas vias áreas (pode ser um caso de simples de obstrução)
NÃO RESOLVE -> É uma vítima inviável -> Preta.
RESOLVE -> Continua a avaliação.
B. Movimentos respiratórios
Maior que 30 -> Vermelha
Menor que 30 -> Continua a avaliação.
OBS: Crianças tem frequência respiratória maior.
2. Perfusão
A. Verificação de perfusão capilar
Verifica-se a pressão na extremidade de um dos dedos da mão.
Enchimento em mais de 2 segundos (enchimento lento) -> Vermelho
Enchimento em menos de 2 segundos (enchimento rápido) -> Continua a avaliação.
3. Nivel neurológico
A. Lucidez
Verifica-se rapidamente se a vítima responde ao nome, a perguntas simples, se ela apresenta diálogo conexo. Nestas situações, a vítima pode estar apenas desorientada. A avaliação não é criteriosa como em uma emergência comum, quando o enfermeiro avalia orientação no tempo e espaço, amnésia, etc.
Não responde com nexo -> Vermelha
Responde com nexo ->Amarela.
4. Deambulação
A. Consegue andar -> Verde. A vítima dispensa atendimento antes de ser encaminhada ao hospital.
Todos os detalhes são preenchidos em cartão específico do procedimento de triagem.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MAIS UMA DE BERTHOLD BRECHT

Nada é impossível de Mudar

"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."

(Berthold Brecht)

ANALFABETO POLITICO


O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.


Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.


O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.


Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.


(Berthold Brecht)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Carta de Serra Negra - Elaborada na 6ª Conferência Estadual de Saúde e 14ª Conferência Nacional de Saúde


Nós delegados e delegadas reunidos para a 6ª Conferência Estadual de Saúde de São Paulo trazemos a público nossa defesa do SUS universal, integral, equânime, descentralizado e estruturado no controle social. E destacamos que ao mesmo tempo em que o SUS é reconhecido como o melhor Sistema Público de Saúde do mundo, passa por diversos ataques aos seus princípios e diretrizes.

Defendemos que a saúde deva estar assegurada ao povo brasileiro como direito de todos e dever do Estado. Esta Plenária entende que Direitos são compromissos traçados pela sociedade para garantir qualidade de vida para todos. Só existe a plenitude do Direito para quem assume e conhece conscientemente a legislação.

Para tanto, deve haver transparência nas leis, ações, propostas e programas por parte do Estado e inserção imperiosa do cidadão e sua participação nas decisões políticas. Este é o caminho para construir o SUS que queremos, necessitamos e merecemos.

Desejamos colocar nossa defesa intransigente em favor do SUS como política de Seguridade Social. O SUS deve efetivamente garantir seus preceitos constitucionais como dever de Estado e direito de todos. Isso só será garantido por políticas singularizadas por região, em espaços geográficos delimitados, com acesso e integralidade do cuidado.

Entendemos ainda que a garantia desse direito deva ser fortalecida através das decisões políticas destacadas:
Consideramos de vital importância a estruturação da Lei de Responsabilidade Sanitária, visando à superação das amarras colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e a garantia de fontes de financiamento ao SUS. Para tanto é imprescindível a Regulamentação da Emenda Constitucional 29/2000, a elevação do percentual do montante da Receita Bruta que garanta o mínimo de 10% do PIB Nacional.

Na mesma lógica, defendemos o fim da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e destinação de percentual de arrecadação tributária aplicada aos produtos danosos à saúde (álcool, cigarro, químicos, etc.) para que integrem o orçamento do Ministério da Saúde.

Para cumprimento de sua missão o SUS deve adotar o modelo que prioriza a Atenção Básica como porta de entrada com o incremento das ações desde a Vigilância em Saúde, Promoção, Prevenção, Recuperação e Reabilitação, incluindo também a Vigilância Ambiental, Saúde do Trabalhador e Saúde Mental.
É imprescindível que exista um Controle Social forte, atuante e popular com participação da comunidade para assegurar a consolidação e sustentabilidade do SUS
como política de inclusão social e movimento civilizatório da sociedade brasileira.

É necessário que se respeite, efetivamente, o caráter deliberativo dos Conselhos e Conferências de Saúde e que sejam assumidas as responsabilidades sanitárias por todos os atores. Deve-se adotar a estratégia de Educação Permanente para a capacitação e qualificação do Controle Social e também acesso às informações e estratégias de Comunicação Social.

Para a plena implementação do SUS é fundamental a valorização de todos os trabalhadores envolvidos no setor saúde, fortalecendo as mesas de negociação permanentes do SUS e os comitês de desprecarização do trabalho em saúde. O trabalhador da saúde, para cumprir plenamente suas atribuições não pode prescindir de planos de cargos, carreiras e salários; Educação Permanente; ambientes adequados de trabalho e respeito à autonomia profissional.

O SUS, historicamente, propõe sua organização em redes hierarquizadas e regionalizadas. Todavia, o Estado de São Paulo não respeita estes princípios e, há 23anos, estamos sem redes estruturadas, sem definição de serviços nos níveis de atenção básica, secundária e terciária.

Considerando essa precariedade, o nosso estado é o que possui a menor cobertura da Estratégia de Saúde da Família, com mortalidade materna não aceitável, e se utiliza prioritariamente, de mecanismos contrários à Lei 8.080/90. É urgente estruturar os serviços do estado de São Paulo, em redes regionalizadas e hierarquizadas, tendo a Atenção Básica de saúde como eixo estruturante desta rede. Todos os serviços devem ser humanizados, considerando os indivíduos em sua totalidade e com a compreensão de que o acolhimento depende das relações entre todos os sujeitos envolvidos. Que a formação das Redes Regionalizadas de Atenção à Saúde tenha efetiva participação de todos os segmentos dos Conselhos de Saúde e dos Colegiados de Gestão Regional.

Lembramos que hoje, o Estado de São Paulo é conhecido nacionalmente por vender serviços do SUS a planos e convênios privados de saúde (como na Lei 11.131/2010). Declaramos que esta ação do governo paulista é um ataque direto ao SUS em seus princípios. Afirmamos, também, que esta ação irresponsável é consequência da omissão do Estado de seu dever constitucional de garantir saúde a seus cidadãos, delegando-o às Organizações Sociais de Saúde e outros entes privados.

Conclamamos toda a sociedade a defender a grande conquista do povo brasileiro, que é o SUS universal, equânime, integral e 100% público.

Para o SUS ser de todos tem que ser 100% público!

Serra Negra, 2 de setembro de 2011